Russell Barkley (2008)
sugeriu várias dicas para o professor lidar com alunos
com TDAH. São dicas que podem beneficiar todos os alunos, principalmente
aqueles que têm dificuldade de concentração. Muitas crianças, mesmo aquelas que
não têm o transtorno, se desinteressam das atividades propostas na sala de aula
tradicional, que tem se mostrado impermeável ao desenvolvimento tecnológico e
aos padrões de construção do conhecimento e comunicação das novas gerações.
A própria inteligência,
acredito, vem sendo construída de outra forma, com a participação crescente dos
estímulos virtuais. A sala de aula, desprovida das cores, sons, velocidade dos
vídeos dos e games, exige dos alunos a percepção do mundo via rotas auditiva e
visual monotônicas, monocromáticas, monótonas, desinteressantes…
Estas dicas combinam com o
discurso atual que tenho ouvido em congressos e cursos sobre Educação Especial,
que sugere que a escola regular seja reestruturada sob a perspectiva da
diversidade - em oposição à ideia de incluir os diferentes ao grupo
dominante dos normais.
Da mesma forma que um
arquiteto planeja um prédio com rampa, sem saber um cadeirante algum dia
entrará naquele espaço, o professor deve planejar uma aula acessível a todos,
inclusive aos alunos com TDAH, com dificuldade de concentração, com DI, com DF.
Talvez a maior dificuldade
de assimilar estas dicas integralmente (pelo menos é a minha maior dificuldade)
esteja relacionada ao behaviorismo subjacente ao controle do comportamento
sugerido. Prêmios e castigos concretos e imediatos.
Minha experiência com
alunos com TDAH mostrou que isso realmente funciona, principalmente nas
atividades mais tradicionais, como exercícios escritos e redações.
Mas a aquisição do
conhecimento deveria ser um fim em si, não uma forma de ganhar um adesivo ou um
lápis novo...
Como lidar com esta
questão? Criar estratégias específicas para determinados alunos ou estender o
sistema de premiação para todos os alunos?
Barkley disse em uma palestra:
você tem medo de utilizar prêmios e castigos e, assim, transformar sua criança
em um pequeno Donald Trump? Em alguém que só faz as coisas por interesse?
Ele conclui dizendo que a
criança com TDAH já é assim, já age pensando na vantagem imediata que
pode ter ao realizar determinada tarefa, uma vez que o transtorno compromete
sua visão de futuro e sua motivação de longo prazo.
O que você acha??? O que
fazer em sala de aula?
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foto: http://img.wonkette.com/wp-content/uploads/2015/06/trumppic.jpg |
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