Sempre gostei de ler e
de estudar sozinha. Consigo me concentrar, tenho muitas dúvidas, dialogo com os
autores, aprendo bastante assim. Mas sempre preferi os cursos presenciais
porque pensava que num curso à distância faltaria um ingrediente muito
importante: a amizade. Sou tímida, introvertida e tal, mas sempre construí boas
amizades na escola e na faculdade. Não adiantaria nada ser capaz de conseguir
resolver uma derivada complicada no curso de cálculo, que eu adorava, se não
tivesse a companhia dos amigos para resolver a lista de mais de quinhentos
exercícios de programação, que eu não entendia e não suportava. Sem a troca,
infantil, confesso, de sms durante as aulas de eletro, não teria sido capaz de
me manter acordada, e bem humorada, até às 10:10 da noite. E sem compartilhar
com os meus colegas tudo o que aprendi nos meus vinte anos de magistério,
saberia hoje muito menos sobre o ensino de Física.
Faço este curso à
distância e uma licenciatura em Física presencial. Fiquei doente, faltei 8 dias
ao curso presencial. Deixei de acessar por 8 dias o curso a distância. Meus
colegas da Física me mantiveram informada sobre tudo o que acontecia e quando
eu retornei, sabia todos os textos que deveria ler e fizemos juntos as listas
de exercício que deveria entregar. Já no curso à distância foi muito mais
difícil reencontrar o prumo: me senti como quem tenta embarcar em um trem em
alta velocidade que já partiu. Muitas tarefas não foram cumpridas, muitos
prazos perdidos. Foi muito fácil me ausentar do curso à distância e está sendo muito
difícil retomar o ritmo normal. Acho que essa é a maior dificuldade que venho
enfrentando como uma aluna à distância deste curso.
Não tenho facebook, twiter,
instagram, mas penso que a melhor estratégia para superar esta dificuldade seja
estar aberta para as possibilidades de relacionamento virtual que o curso
oferece. Justamente agora, quando eu estou neste ponto do texto, bate à minha
porta uma colega que também está fazendo o curso. Ela me diz que temos uma
pesquisa para fazer juntas. Abro a página do curso e vejo que o correio traz
mensagens para mim. Descubro que agora tenho um grupo. Agora sei que as minhas
amizades não serão puramente virtuais... Fico feliz com a descoberta.
Após ler os dois textos
do prof. Moran sobre educação on-line (links abaixo) entendi que o isolamento e a dificuldade
de manter o ritmo experimentados são elementos previsíveis. Interagindo com
minhas colegas, percebi que curso à distância não é sinônimo de estudo
solitário.
Como toda boa leitura, o
material indicado despertou, em mim, uma dúvida, que não pretendo responder,
apenas compartilhar: o ensino à distância pode realmente ser flexível?
http://www.eca.usp.br/prof/moran/bom_curso.htm
http://www.eca.usp.br/prof/moran/contrib.htm
Andréa,
ResponderExcluirEssa "solidão" pode ser sanada....rs...é só gritar e pedir socorro! Estamos aqui!
Um abraço.
Rosana