quarta-feira, 22 de maio de 2013

Solidão - sobre as conquistas e dificuldades em ser aluno do curso de AEE à distância


        Sempre gostei de ler e de estudar sozinha. Consigo me concentrar, tenho muitas dúvidas, dialogo com os autores, aprendo bastante assim. Mas sempre preferi os cursos presenciais porque pensava que num curso à distância faltaria um ingrediente muito importante: a amizade. Sou tímida, introvertida e tal, mas sempre construí boas amizades na escola e na faculdade. Não adiantaria nada ser capaz de conseguir resolver uma derivada complicada no curso de cálculo, que eu adorava, se não tivesse a companhia dos amigos para resolver a lista de mais de quinhentos exercícios de programação, que eu não entendia e não suportava. Sem a troca, infantil, confesso, de sms durante as aulas de eletro, não teria sido capaz de me manter acordada, e bem humorada, até às 10:10 da noite. E sem compartilhar com os meus colegas tudo o que aprendi nos meus vinte anos de magistério, saberia hoje muito menos sobre o ensino de Física.
         Faço este curso à distância e uma licenciatura em Física presencial. Fiquei doente, faltei 8 dias ao curso presencial. Deixei de acessar por 8 dias o curso a distância. Meus colegas da Física me mantiveram informada sobre tudo o que acontecia e quando eu retornei, sabia todos os textos que deveria ler e fizemos juntos as listas de exercício que deveria entregar. Já no curso à distância foi muito mais difícil reencontrar o prumo: me senti como quem tenta embarcar em um trem em alta velocidade que já partiu. Muitas tarefas não foram cumpridas, muitos prazos perdidos. Foi muito fácil me ausentar do curso à distância e está sendo muito difícil retomar o ritmo normal. Acho que essa é a maior dificuldade que venho enfrentando como uma aluna à distância deste curso.
         Não tenho facebook, twiter, instagram, mas penso que a melhor estratégia para superar esta dificuldade seja estar aberta para as possibilidades de relacionamento virtual que o curso oferece. Justamente agora, quando eu estou neste ponto do texto, bate à minha porta uma colega que também está fazendo o curso. Ela me diz que temos uma pesquisa para fazer juntas. Abro a página do curso e vejo que o correio traz mensagens para mim. Descubro que agora tenho um grupo. Agora sei que as minhas amizades não serão puramente virtuais... Fico feliz com a descoberta.
         Após ler os dois textos do prof. Moran sobre educação on-line (links abaixo) entendi que o isolamento e a dificuldade de manter o ritmo experimentados são elementos previsíveis. Interagindo com minhas colegas, percebi que curso à distância não é sinônimo de estudo solitário.
         Como toda boa leitura, o material indicado despertou, em mim, uma dúvida, que não pretendo responder, apenas compartilhar: o ensino à distância pode realmente ser flexível?  

http://www.eca.usp.br/prof/moran/bom_curso.htm
http://www.eca.usp.br/prof/moran/contrib.htm

Um comentário:

  1. Andréa,
    Essa "solidão" pode ser sanada....rs...é só gritar e pedir socorro! Estamos aqui!
    Um abraço.
    Rosana

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